11009 CMSV

Conhecimento do Mundo Social e da Vida

A unidade curricular encontra-se organizada em três grandes unidades temáticas:

I. AS VISÕES CONTEMPORÂNEAS DO MUNDO E DA VIDA

II. A SOCIEDADE GLOBALIZADA - A “ALDEIA PLANETÁRIA”

III. AUTONOMIA, LIBERDADE E AUTO-DETERMINAÇÃO - O PRIMADO DA DEMOCRACIA

Tema I. As Visões Contemporâneas do mundo e da vida

a ler:

1) Prospectiva e Incerteza: Que futuro para o futuro? – Jérôme Bindé, pp.11-29.*

2) Problemas Sociais Contemporâneos** – Sandra Caeiro e Teresa N. de Carvalho, UAb, pp. 82-105.

3) Os novos territórios da cultura – Arjun Appadurai e Nestor Garcia Canclini, pp. 201-214.*

4) Problemas Sociais Contemporâneos** – Rosana Albuquerque, UAb, 275-284.

*As Chaves do Século XXI

**Coord. Hermano Carmo

1. Os paradigmas dominantes (político, económico, ecológico,...) e as incertezas do século XXI.

1.1. A rutura dos grandes equilíbrios

1.2. A “coevolução”- A afirmação dos “bens comuns” da humanidade e os problemas ambientais

Se o planeta tem 2/3 de água, qual é o problema?

Apenas 3% é água doce e, de toda a água doce, 79% está nos glaciares, 20% no subsolo – resta 1% acessível, mas que ainda é poluída pelos resíduos produzidos pelo homem! (Carmo, 2001, p. 85)

Poluição x Contaminação:

contaminação – presença de concentrações, mais elevadas do que o habitual, de uma determinada substância num local;

poluição – introdução pelo homem, de forma direta ou indireta, de substâncias ou energia, com prejuízo para os recursos vivos, saúde humana.

A água não é só o que bebemos, usamos na higiene pessoal e tarefas do dia-a-dia - ela é gasta na agricultura, pecuária, indústria: para obter um Kg de carne, consomem-se cerca de 15.000 litros de água; para uma folha de papel, 10 litros; para um automóvel, 400.000 litros…

Para além do regrar do consumo, é necessário o tratamento de águas residuais, domésticas ou industriais.

Efeito de estufa - não é prejudicial, pelo contrário – é o que permite o equilíbrio no nosso planeta em termos de temperatura.

A libertação de poluentes levou a um desequilíbrio deste efeito, provocando

aquecimento global.
(vejam ainda, s/ camada ozono: Carmo, 2001, pp. 92-93)

Veja o vídeo da National Geographic e saiba mais sobre aquecimento global no site do Greenpeace

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Tratado internacional para a redução da emissão de gases que agravam o efeito estufa – discutido em Kyoto, em 1997, na conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC United Nations Framework Convention on Climate Change).

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Agenda 21 - documento que resultou da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento UNCED/Rio-92

A Agenda 21 propõe que os diversos países do mundo tomem medidas para que no próximo

século possa ser garantida a sustentabilidade das atividades humanas e principalmente que seja alcançada a melhoria da qualidade de vida para as atuais e futuras gerações. O documento aborda as transformações culturais e de valores, que possam estimular a adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo. Identifica problemas, propõe soluções e calcula os custos de investimento. Pretende ser um guia na elaboração de políticas governamentais.

veja-se Agenda 21 local / Portugal - www.agenda21local.info

(Ler pp. 105-112 de "Problemas Sociais Contemporâneos")

ATT! veja RIO+20

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A biodiversidade engloba a variedade de genes, espécies e ecossistemas que constituem a vida no planeta. Assistimos actualmente a uma perda constante da biodiversidade com profundas consequências para o mundo natural e o bem-estar humano. As principais causas são as alterações nos habitats naturais, resultantes dos sistemas intensivos de produção agrícola, da construção, da exploração de pedreiras, da sobrexploração das florestas, oceanos, rios, lagos e solos, da introdução de espécies alóctones invasivas, da poluição e, cada vez mais, das alterações climáticas globais. A Europa estabeleceu um objectivo para travar a perda de biodiversidade até 2010. Vários estudos recentes da AEA mostram que se não forem envidados mais esforços políticos significativos, é improvável que esse objectivo seja atingido. (Agência Europeia para o Ambiente)

Desertificação x Desflorestação:

desflorestação – desaparecimento da floresta, sobretudo por ação humana, para aproveitamento de madeira ou para obtenção de solo para a agricultura e pecuária (reduzindo a capacidade de absorção de CO₂, e desequilibrando o efeito de estufa – agravando o problema do aquecimento global);

desertificação – resultado da exposição aos fatores climáticos (calor, erosão) do solo desprotegido (sem a camada vegetal protetora) – ficando infértil, transformando-se em deserto.

Resíduos:

Resíduo Urbano – resíduo proveniente de habitações (falamos, habitualmente, de RSU – Resíduos Sólidos Urbanos);

Resíduo Industrial – resíduo gerado em processos produtivos industriais (ou o que resulte das atividades de produção e distribuição de eletricidade, gás e água);

Resíduo Hospitalar – resíduo resultante de atividades médicas desenvolvidas em unidades de prestação de cuidados de saúde (assim como veterinária, e atividades como acupuntura, piercings e tatuagens);

Resíduo Agrícola – resíduo proveniente de exploração agrícola, pecuária ou similar.

(CCDRcentro)

Saiba se é um ==> consumidor responsável

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2. O choque de culturas e civilizações

2.1. Novos territórios da cultura: incerteza cultural e violência.

2.2. Hibridação cultural

Canclini fala-nos de diferentes modalidades de hibridação:

esta pode fazer desaparecer culturas enfraquecidas;
estimular a integração multicultural (ou a emancipação de culturas);
agudizar as contradições interculturais.

Hibridação pode ser motivada por:
Fenómenos migratórios	Grandes movimentações deram origem até a produtos culturais híbridos; emigrações em massa transformam país de destino
Políticas culturais diferenciadas	O Estado decide a norma a ser seguida, podendo ser + ou – recetivo à diversidade, permitindo > ou < conhecimento das culturas
Facilitada pelo mercado da comunicação	A realidade das outras culturas é divulgada pelos media

+ textos:

Carneiro, R. (2006). Hibridação e aventura humana. Comunicação& Cultura, N.º 1.

Barbosa, M.& Gaglietti, M. A Questão da Hibridação Cultural em Néstor García Canclini. [VIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Sul – Intercom]

Payet, J. (2005). A escola e a modernidade: o risco da etnicidade, o desafio da pluralidade. Análise Social, vol. XL (176), pp. 681-694

Tema II. A sociedade globalizada - a "aldeia planetária"

a ler:

1) A Sociedade em Rede – Manuel Castells
2) Problemas Sociais Contemporâneos – Hermano Carmo, UAb, pp. 54-77.
3) Problemas Sociais Contemporâneos** – Domingos Caeiro, UAb, pp. 188-215.
4) Utopia

**Coord. Hermano Carmo

outras leituras (textos recolhidos na web!):

Ramonet, I. (2002). Guerras del siglo XXI. Barcelona: Mondadori.

Giddens, A. (1992). As consequências da modernidade. Oeiras: Celta Editora.

Lovelock, J. (2001). Um novo olhar sobre a vida na Terra. Lisboa: Edições 70.

Beck, U. (1998). La sociedad del riesgo. Barcelona: Paidós.

---------------------------------------------------------------------------------------------------- Se gostaram do texto de Castells que nos foi proposto, vejam o livro completo:

Cardoso, G. & Castells, M. (Ed.). (2005). A Sociedade em Rede. Do Conhecimento à Acção Política. [Debates da Presidência da República - Conferência 4 e 5 de março, CCB]. Lisboa: INCM.

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1. O mundo contemporâneo e a sociedade de informação e multirriscos.

1.1. O novo cenário sociocultural perante a globalização.

[O texto do nosso Vice-Reitor em Problemas Sociais Contemporâneos fala, essencialmente, de globalização económica; recomendo especial atenção às páginas 212-215: "O novo cenário sóciocultural perante a Globalização".]

Caraterísticas da Globalização:

expansão dos fluxos internacionais de bens, serviços e capitais;

concorrência nos mercados internacionais;

integração entre os sistemas económicos dos vários países.

Fatores determinantes da globalização:

tecnológicos	informática, telecomunicações	=> redução de custos operacionais e de transação
institucionais	de ordem política, institucional	=> mudança de orientação na estratégia de diversificação de recursos
sistémicos	de ordem sistémica e estrutural	=> países desenvolvidos, pª crescer, têm de expandir-se pª mercados menos desenvolvidos

Desnacionalização: quando as economias nacionais se abrem ao capital estrangeiro. Entram ECE (empresas de capital estrangeiro).

IED: Investimento externo direto – fluxo de capital estrangeiro para uma empresa residente, que passa a ter controlo sobre tomada de decisões.

Internacionalização x Globalização:

“A internacionalização foi uma abertura das fronteiras geográficas de cada sociedade para incorporar bens materiais e simbólicos das outras. A globalização supõe uma interacção funcional de actividades económicas e culturais dispersas, bens e serviços gerados por um sistema com muitos centros, no qual é mais importante a velocidade com que se percorre o mundo do que as posições geográficas a partir das quais se está a agir.” (Caeiro em Carmo, 2001, p. 210)

Reflexos da Globalização:

Da noção de que havia produtos diferentes noutros países, e até apetecidos como sinal de status, passámos a ter produtos de todo o mundo acessíveis (facilidade de comunicação, transporte – novas tecnologias). Contudo, perdeu-se a identidade:

já não se sabe de onde vêm;

não há traços culturais distintivos.

A principal identidade do cidadão parece ser a de consumidor - os produtos são feitos à medida do consumidor, e as empresas têm de se adaptar à procura; mas o consumidor segue as novidades, o consumo é moldado, e há consumismo exacerbado na busca de novidades.

· Os órgãos de poder de cada país perdem peso

as empresas internacionais (elites tecnológico-económicas) comandam as decisões;

· a mobilidade nacional, em busca de emprego, provocou alterações no ordenamento do território e nos hábitos de convivência

o tempo “perdido” em deslocações priva as pessoas de contato social no local onde habitam (bairros dormitório, ausência de rede social de apoio);

· produtos e mensagens globais são padrão (moda, música, bebidas)

produtos locais perdem a força, perde-se identidade cultural;

· sentimento de pertença passou a estar associado a comunidades internacionais (transnacionais)

seguidores de uma mesma atividades, gosto musical semelhante;

· há uma procura de momentos de lazer

menor participação cívica? (crítica e argumentativa).

Entre os países-sede das multinacionais (onde se encontram os centros de decisão) e os países produtores (mão-de-obra barata) há um fosso de pessoas sem qualidade de vida – são os países em vias de desenvolvimento, a que se juntaram países vítimas da deslocação de produção, onde não há emprego estável – a perca de consumidores, por falta de poder económico, vai arrastar novas alterações na economia global.

1.2. As novas hierarquias e o futuro multimédia - as “autoestradas da informação”.

sugestão de visualização:

Este vídeo da HOTwords (empresa que trabalha com publicidade na web) fala sobre as mudanças tecnológicas/os media e o seu impacto na sociedade

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2. Os problemas sociais e a alteração do papel do Estado: inclusão versus exclusões e o Estado-Providência.

O Papel do Estado

Estado Protetor	· justiça · segurança	(forças armadas) (impostos)	o bem-estar social é tarefa para a *sociedade civil*
Revolução Industrial
Estado Providência	· regula · orienta	bem-estar passa a ser função do estado => aparelho administrativo cresce => aumentam despesas públicas => aumentam impostos

3. A utopia e os caminhos do (im)possível na construção de modelo(s) social(ais) alternativo(s).

a ler:

Lam, A. (2002). Alternative societal models of learning and innovation in the knowledge economy. [Paper to be presented at the DRUID Summer Conference on "Industrial Dynamics of the New and Old Economy - who is embracing whom?" Copenhagen/Elsinore 6-8 June 2002].

(podem ver AQUI em Castellano)

Tema III. Autonomia, Liberdade e Auto-determinação - o primado da Democracia

a ler:

1) Problemas Sociais Contemporâneos – Hermano Carmo, UAb, pp. 242-269.

2) Problemas Sociais Contemporâneos – Rosana Albuquerque, UAb, pp. 274-295.

3) Democracia e Direitos Humanos no Século XXI – Mário Soares, pp. 9-23.

1. A democracia e as suas contradições.

2. A democracia e os Direitos Humanos: por um desenvolvimento humano integral, universal e ecológico.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi elaborada em 1948 no rescaldo da II Guerra Mundial (a ONU foi criada em 1945); embora não tenha força legal, serviu de base a muitos documentos legais. [curiosidade: é o documento mais traduzido do mundo]

Provedoria de Justiça (ed.). (2003). Democracia e Direitos Humanos no SéculoXXI.

(clique na imagem para aceder a legislação)

2.1. A tendência atual para o reforço dos Direitos Humanos.

3. A democracia e a educação no século XXI

3.1. A educação como problema social- a nova equação educativa.

proposta leitura:

Estêvão, C. (2011). Democracia, Direitos Humanos e Educação. Para uma perspectiva crítica de educação para os direitos humanos. Revista Lusófona de Educação, 17 [pp. 11-30]

3.2. A educação a distancia e a educação para todos ao longo da vida.

Bibliografia (e referências da pág. 11009):